domingo, 15 de abril de 2012


Ninguém entra em um mesmo rio uma segunda vez, pois quando isso acontece já não se é o mesmo. Assim como as águas que já serão outras.

Marcos meu querido dizem que o amor acaba que o amor termina, mas não é verdade, nada acaba, tudo dura, continua e se transforma. Enquanto eu aguardo por cada dia, mil anos se passam e você estando longe e eu pensava, que se acontecer alguma coisa com você antes que eu dissesse o quanto você é especial na minha vida eu morreria.
Dizem que às vezes se  passa um filme da nossa vida em nossas cabeças, e por isso eu vi você, da maneira como te vi pela primeira vez, vi nós dois juntos pela primeira vez, em frente a sua casa sentados na caixa d’água embaixo daquela árvore, e outros momentos a mais, que as vezes até recordo quando estou com você, mesmo você não lembrando, vi de longe você crescendo na vida, vi nossos desencontros, vi nossa estória acabando, indo para longe de diferentes formas várias vezes.

E depois vi nossa estória renascendo, como um rio, e eu acabei percebendo que tudo que a gente tinha vivido, tudo o que tinha ficado para trás, tudo, era parte de uma mesma estória, de uma mesma vida e de um mesmo sentimento: amor.
E foi então que eu percebi que era a hora de nós dois, cruzarmos a fronteira, como se tivéssemos que alcançar a outra margem de um rio, o “rio” de onde te encontrei pela primeira vez, que te beijei pela primeira vez e que te amei pela primeira vez, o mesmo “rio” onde tudo parou.


E foi nesse momento que me dei conta que eu precisava ser forte finalmente sem escapes, e assim eu consegui atravessar aquele rio eterno, como se em um instante eu tivesse conseguido viver todos os anos que estavam parados em mim, no amor que eu sinto, me esperando. Mas que do outro lado da fronteira, que sem perceber, eu já tinha cruzado, um amor guardado, uma esperança trancada, um amor não vivido.

E que do lado de cá, dois adultos maduros, finalmente libertos de fardos pesados, e eu liberta desse sentimento preso, escondido no peito, alimentado de lembranças e de sonhos antigos, porém há novos sonhos do lado de cá dessa fronteira, mas que agora eu posso viver.